A CPI DA COVID - A JABUTICABA DA MODA
Variedades  |  Sábado, 6 Novembro, 2021 16:48  |  Visitantes e Leitores: 11228  |  A+ | a-
Decio O. Elias.
 
(Texto revisado após o final da CPI). 
A CPI da Covid é a nova jabuticaba. Só existe no Brasil. É um verdadeiro circo onde malabaristas antigos procuram retornar à cena e parecer especialistas em farmacologia, epidemiologia, virologia e tantas outras ciências, quando na verdade conhecem apenas o código penal e se unem a bons amigos do judiciário para escapar da sua letra fria. Benvindos ao país das maravilhas, senhores senadores. Apertem os cintos! Vamos levantar voo rumo à terra do Papai Noel, com escalas na Terra do Nunca e na Ilha da Fantasia.
Enquanto o mundo civilizado se preocupa em eliminar o coronavírus e minimizar os efeitos sanitários e econômicos da pandemia, os nossos ilibados senadores procuram criar narrativas que comprometam o presidente da república na "lentidão" do derramamento de vacinas experimentais sobre a população indefesa e estupefata, liderados pelos virginais senadores Omar Aziz, cuja família está envolvida em desvio de recursos da saúde no Estado do Amazonas e Renan Calheiros (AL), que usava a mesada das empreiteiras para pagar por serviços "extraconjugais" e as pensões deles decorrentes. Estamos bem representados nessa CPI. Apenas por curiosidade, os crimes que pesam sobre as ilustres excelências, se julgados em algum país sério, certamente renderiam a ambos, pelo menos, trinta a quarenta anos de restrição da liberdade. Mas, como o general De Gaulle disse uma vez, "- o Brasil não é um país sério" (há controvérsias, não sobre a sentença, mas, sobre a autoria!), nós - acreditando nisso - procuramos fazer com que a imagem do país permaneça inalterada. 
A Polícia Federal investiga fatos delituosos com muito mais competência e imparcialidade que um bando de senadores despreparados e "de rabo preso" aos ministros do STF que impedem o andamento dos processos criminais a que deveriam responder. É uma verdadeira "camorra" agindo livre e despudoradamente! 
Apesar de tudo, a CPI da Covid-19 continua com a lona levantada e o picadeiro em franca atividade. O mestre de cerimônias, envolvido em falcatruas até o pescoço, e o malabarista principal, afagam os seus correligionários e ameaçam os adversários com prisão. São cenas tristes ver pessoas inteiramente despreparadas, de um lado atacando a cloroquina como se fosse um veneno mortal. Os partidários do presidente são espremidos por horas para que digam alguma coisa que o incrimine. Já se vislumbra uma pizza do tamanho da lona do circo montado, final trágico e habitual das CPIs de cunho exclusivamente político. O interrogatório sob tortura feito pelo senador Otto Alencar que impediu, durante mais de vinte minutos, que a convidada Dra. Nise Yamaguchi emitisse qualquer som, foi simplesmente patético, para não dizer imoral, revoltante, criminoso. É monótono e enfadonho ver as mesmas personagens, vestindo as mesmas fantasias e procurando mostrar uma seriedade que jamais tiveram durante as duas ou três últimas décadas de vida pública. São Tiriricas travestidos de Ulisses Guimarães.
O malabarista Randolfe Rodrigues, por exemplo, espremeu ao ponto de rotura o antigo ministro da saúde com perguntas absolutamente infantís e do tipo "pegadinha", bastante comuns entre os acéfalos representantes da esquerda populista. Queria detalhes mínimos e minúsculos sobre situações absolutamente abstratas, como se estivesse consultando algum esotérico com "bola de cristal". O longo, enfastiante e cansativo interrogatório contribuiu com zero benefícios para a população, mas manteve a lona do circo armada e a charanga anunciando a entrada e a saída de cada um dos malabaristas em seus trajes típicos.
Vale ressaltar, tantas vezes quantas forem necessárias, que se trata de um espetáculo grotesco, surreal, inaceitável, exceto no Brasil, ver a farsa instaurada para confundir os depoentes e incriminar o presidente pela simples razão de ter fechado as torneiras por onde escoava livremente o dinheiro público que alimentou a esfaimada corruptocracia vigente nas duas últimas décadas. Após alguns meses na programação da TV Senado a CPI do circo sai do ar, cedendo seu horário à programações de melhor qualidade, esperamos todos com muita ansiedade.
A conclusão que se extraiu desse "extenuante" e caro trabalho dos nobres senadores é a de que o vírus (coronavírus) fez milhares de vítimas em todos os países do globo terrestre, exceto no Brasil. Aqui, o vírus foi absolutamente inócuo. Em contrapartida, o presidente da república, pessoalmente ordenou ou produziu a morte de mais de 600.000 brasileiros, devido à sua "obsessiva" virulência e personalidade "genocida". Essa, senhoras e senhores, é a razão única e essencial da criação de uma natimorta CPI político-partidária que procura condenar o homem que implantou um regime de austeridade e honestidade há muito tempo necessário ao país. Que Deus proteja o presidente contra a maléfica atuação dessa matilha insaciável que quer as chaves do cofre de volta a qualquer custo. E que proteja o povo brasileiro da atuação nefasta e impatriótica dos Renans, Alencares e tantos outros que pululam nas listas que os mais de trinta e cinco partidos apresentam ao povo para "escolher e eleger" os seus representantes nas casas legislativas.
É inquestionável que o merecido destino do relatório final dessa inusitada e maligna CPI é a lata do lixo da história contemporânea do Brasil, com as fotgrafias de corpo inteiro da banda podre do Senado Federal na capa e na contracapa.
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